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Evangelho do domingo 09 de abril: João 20, 1-9

João 20, 1-9: O túmulo vazio

20Na madrugada do primeiro dia da semana, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi ao sepulcro e viu que a pedra havia sido removida da entrada. 2 Então ela correu para Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e disse: “Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o colocaram!”

3Então Pedro e o outro discípulo se dirigiram ao sepulcro. 4 Ambos corriam, mas o outro discípulo foi mais rápido que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. 5 Ele se abaixou e olhou para as faixas de linho ali, mas não entrou. 6 Então Simão Pedro veio atrás dele e foi direto para o sepulcro. Ele viu as faixas de linho ali, 7bem como o pano que tinha sido enrolado na cabeça de Jesus. O pano ainda estava em seu lugar, separado do linho. 8 Por fim, o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, também entrou. Ele viu e acreditou. 9 (Eles ainda não entenderam pelas Escrituras que Jesus tinha que ressuscitar dos mortos.)

Queridas Irmãs e Irmãos da Misericórdia, sou Carlo Miglietta, médico, estudioso da Bíblia, leigo, esposo, pai e avô (www.buonabibbiaatutti.it).

Hoje partilho convosco uma breve meditação sobre o Evangelho, com particular referência ao tema da misericórdia.

DESCOBERTA DO TÚMULO VAZIO E APARIÇÃO A MARIA DE MADALA: JOÃO 20,1-9

Estrutura: harmonização de materiais heterogêneos:

a) a história de várias mulheres que, tendo ido ao sepulcro, o encontram vazio (Mt 28-1; Mc 8-16; Lc 1-8): em João há um traço de isso no v. 23-55 e 24-11;

b) a história de alguns discípulos que também vão ao sepulcro e voltam perplexos (Lc 24): em João é enfatizado o papel do discípulo amado, tipo de todo crente;

c) a história da aparição de Jesus a Madalena (Mt 28-9; Mc 10-16): a tradição joanina é talvez a mais antiga.

João 20, 1-9 / Texto:

V. 1: – no dia seguinte ao sábado: lett. “em um dos sábados”: este é o primeiro sábado verdadeiro, o dia da festa escatológica;

– enquanto ainda estava escuro: significado teológico (em Mc 16-1 “o sol já havia nascido”, em Mt 2 “ao amanhecer”);

– Maria Madalena: em Mt 28 há também “a outra Maria”, em Mc 1 “Maria de Tiago e Salomé”, em Lc 16 também “Joana, Maria de Tiago e outras mulheres”;

– túmulo: provavelmente em forma de arcossólio, com nichos semicirculares escavados nas paredes laterais da câmara funerária, a cerca de 0.80 m do solo, 0.5-1 m de profundidade, com uma pequena abertura, para fora, de menos de um metro de altura ;

V. 2: Simão e João são os únicos que seguiram Jesus na Paixão;

V. 5: – bandagens: estes são os othonìa, o linho: mas os sinóticos falam de um sindon, um lençol (exceto Lc 24:12, que talvez seja um acréscimo): talvez seja um plural de extensão, significando “linho pano";

V. 6: – deitado ali (keìmena): na cavidade do arosólio, não “no chão” (!);

V. 7: – o sudário (soudàrion), o lenço que mantinha fechada a boca do defunto;

V. 8: – viu e acreditou: talvez melhor “começou a acreditar” (aoristo ingressivo).

Os panos funerários

a) Prova da ressurreição?

Já no século 5, Amônio de Alexandria afirmou que o corpo ressuscitado de Jesus emergiria das roupas funerárias de maneira imaterial. Vários estudiosos (Balagué, Omer…) pensam assim que o discípulo amado acreditou pela forma como encontrou os panos funerários, que teriam permanecido, impregnados com os óleos aromáticos, erguidos e rígidos como se o cadáver tivesse desaparecido dentro da sua múmia.

Vamos dar uma tradução literal desta passagem: “E, abaixando-se (João), vê o linho deitado (caindo?) mas não entrou. Então Simão Pedro, que o seguia, entrou e entrou no túmulo e notou que o linho estava caído (caindo?) no seu lugar (= onde deveria estar)” (Jo 20-5).

– “O linho”: a tradução “bandagens” é insustentável porque em grego “bandagens” se diz “keirìai” (cf. Jo 11: as bandagens do cadáver de Lázaro). Aqui, em vez disso, é “othónia”, ou seja, “panos de linho” genéricos.

– The sroud”: lenço (para enxugar o suor). Aqui queremos dizer pano de queixo (cf. Jo 11: Lázaro tem o rosto envolto em uma mortalha).

– O particípio “in-rolled” (“entetyligménon”) em grego é um perfeito, que indica, portanto, uma ação no passado cujos efeitos perduram no presente, devendo, portanto, ser entendido como “continuou a ser enrolado como havia sido colocar".

– “Deitado”: ​​esta é a tradução literal da palavra “kéimena”: não é correto traduzir “no chão”. A palavra 'mentir' colocada entre colchetes não é uma tradução, mas uma interpretação. Teria sido o caso de que os lençóis funerários, não contendo mais o cadáver, teriam "caído"; a mortalha, por outro lado, que era mais rígida, não teria caído como os lençóis, mas teria ficado enrolada dentro da mortalha em seu lugar, ou seja, no lugar onde logicamente deveria estar e assim sua presença teria permanecido visível do lado de fora.

– “eis èva tòpon”: lit.: em um só lugar; ou seja: no mesmo lugar

– “Então entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu” (Jo 20). Em primeiro lugar, note a presença do duplo “e” ligando ver e crer: a coordenação introduzida por “e ele viu e acreditou” é muito mais próxima em grego do que em italiano. Expressa um vínculo de causa e efeito: o discípulo acreditou em virtude do que viu. Essa visão o induziu a acreditar na ressurreição: pois se alguém quisesse tirar o cadáver, não poderia ter deixado o linho assim. O discípulo tira assim da disposição do linho a “prova” da ressurreição de Jesus e assim crê nas Escrituras (cf. Jo 8, 2: “Quando, pois, ressuscitou dentre os mortos, os discípulos lembraram-se… e creram na Escritura). e a palavra que Jesus havia falado”).

b) Prova de que não houve furto de cadáver?

Mas não está claro por que tal arranjo milagroso também não convenceu Pedro. Talvez seja mais provável que o discípulo amado, vendo o linho cuidadosamente consertado, tenha achado improvável o roubo de um corpo. Já Crisóstomo disse: “Quem tivesse removido o corpo, não o teria primeiro despido, nem se dado ao trabalho de remover e enrolar o sudário e deixá-lo em um lugar separado” (Homilias sobre João, 85.4).

c) A “teologia da vestimenta

Não esqueçamos também que em toda a Bíblia existe uma “teologia da vestimenta”: não só a vestimenta tem um valor simbólico importante (pense nas vestes brancas típicas da esfera do divino ou na despojamento de Jesus de sua túnica antes de crucificá-lo ), mas também a nudez pode evocar a situação paradisíaca primitiva de Adão, o amigo de Deus.

Aqui Jesus já não precisa de vestes humanas, porque «Cristo, tendo ressuscitado dos mortos, não morrerá mais» (Rm 6), ao contrário de Lázaro que sai do sepulcro envolto em faixas (Jo 9), porque teve de morrer de novo.

Reconhecendo o Ressuscitado

Nos vários atrasos do parto (20:11-18; 21:4-7; Lc 24:31-35) encontramos diferentes significados:

a) apologético: os discípulos primeiro duvidaram (não eram crédulos);

b) revelador: entre o corpo de Jesus antes da ressurreição e o corpo ressuscitado há continuidade (pode-se tocar: 20-20; comer com os discípulos: Lc 27-24; At 41), mas também diversidade profunda (atravessa paredes: 42): cf. 10 Coríntios 41:20-19;

c) teológico: é sempre Deus quem dá o primeiro passo ao nosso encontro: Maria Madalena acredita depois de ser chamada pelo nome, os discípulos de Emaús ao partir o pão, os discípulos depois da pesca milagrosa: tudo o que resta é para o homem a «voltar-se para ele» (20), «abrir-lhe os olhos» (Lc 16), lançar-se para Jesus (Jo 24).

Boa Misericórdia a todos!

Quem quiser ler uma exegese mais completa do texto, ou alguma análise aprofundada, por favor, pergunte-me em migliettacarlo@gmail.com.

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fonte

Spazio Spadoni

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