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Evangelho do domingo, 28 de maio: João 20, 19-23

Pentecostes A, João 20, 19-23: Jesus aparece aos seus discípulos

Evangelho do Domingo, João 20, 19-23

19 Ao entardecer daquele primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos com as portas trancadas por medo dos líderes dos judeus, Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse: “Paz seja com vocês!” 

20 Depois de dizer isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram muito felizes quando viram o Senhor.

21 Novamente Jesus disse: “Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês”. 

22 E com isso soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 

23 Se perdoardes os pecados de alguém, seus pecados são perdoados; se você não os perdoar, eles não serão perdoados”.

Queridas Irmãs e Irmãos de Misericórdia, Sou Carlo Miglietta, médico, biblista, leigo, marido, pai e avô (www.buonabibbiaatutti.it).

João 20, 19-23: a relevância do Espírito Santo no Evangelho de hoje

Nós cristãos contamos uma das nossas maiores mentiras também quando recitamos o 'Credo': 'Creio no Espírito Santo..., que com o Pai e o Filho é adorado e glorificado': quem entre nós adora e glorifica tanto o Espírito Santo como reza e louva o Pai e o Filho? Certamente nas nossas igrejas reza-se muito mais… a Nossa Senhora, Santa Rita ou São Pio de Petralcina do que ao Espírito Santo! A maioria dos cristãos nem sequer sabe realmente quem é este Espírito Santo, e esta é uma velha história: já na Igreja primitiva, em Éfeso, alguns discípulos diziam a Paulo: “Nem sequer ouvimos que existe um Espírito Santo! ” (Atos 19:2): e muitos que hoje se dizem cristãos poderiam responder da mesma forma. Não é à toa que o Espírito Santo é chamado de “o Grande Esquecido”. E, no entanto, no “Credo” sempre reiteramos: “Creio no Espírito Santo, que é o Senhor e dá a vida”, e na Quarta Oração Eucarística o chamamos de “Primeiro Dom aos crentes”!

O Espírito Santo é o Amor entre o Pai e o Filho e que se expande a partir deles: não é só a sua relação, mas é também o seu Fruto distinto: é uma Pessoa, é o Espírito de Amor. “Deus é Amor” (1 Jo 4:8), e o Amor é o Espírito Santo. O Espírito Santo, porém, não é apenas o Amor que une as Pessoas Divinas; é também o Amor de Deus por nós: “Até o ponto de ciúmes, ele nos ama o Espírito que ele fez habitar em nós” (Tg 4:5); “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5:5).

Modelados na Santíssima Trindade, devemos fazer da nossa vida apenas diálogo, comunhão, dom, oblação, serviço gratuito, amor. A vida segundo o Espírito é, portanto, a condição do cristão (Rm 7:6; 8:14; Gl 5:25).

Os teólogos, com base no texto de Is 11-2 (segundo a LXX e a Vulgata), falam de sete dons do Espírito Santo, infundidos de modo especial no cristão: a sabedoria (do latim “sàpere”, ao gosto), que nos dá o gosto das coisas de Deus; intelecto (do latim “inter-legere”, ler dentro), que discerne a passagem e a vontade de Deus na nossa história e na história do mundo; conselho, capacidade de fazer e sugerir as melhores escolhas para nossa santificação; conhecimento, que nos faz compreender os mistérios de Deus e da criação; fortaleza, que nos torna capazes de fidelidade e testemunho; a piedade (em latim “pietas”), ou seja, a capacidade de amar; o temor de Deus, isto é, saber sempre reconhecer-nos como criaturas na presença do Criador.

Sabedoria, intelecto, conselho e conhecimento são dons do Espírito porque ele é o Mestre interior dos discípulos, sua luz; a fortaleza vem do Espírito porque ele é o poder que nos transforma; a piedade e o temor de Deus são dele porque ele é o Espírito de amor.

“O Espírito Santo não só santifica o povo de Deus por meio dos sacramentos e ministérios, e o guia e adorna com virtudes, mas 'distribuindo a cada um seus próprios dons como quer' (1 Cor 12:11), ele também dispensa graças especiais entre os fiéis de todas as ordens... E estes carismas, sejam eles extraordinários ou mesmo mais simples e comuns, porque são antes de tudo adequados e úteis às necessidades da Igreja, devem ser acolhidos com gratidão e consolação” (Dei Verbum, n. 12).

A palavra 'charisma' é um neologismo do Novo Testamento: vem do verbo 'charizomai', que significa mostrar generosidade, dar algo. Isso leva a pensar no termo 'charis', 'graça'.

Os carismas têm algumas características: não fazem parte das graças fundamentais, mas são dons particulares distribuídos por Deus de modo diverso (1 Cor 12; Rm 4); eles devem ser distinguidos dos 'talentos', que pertencem à ordem natural (12 Pe 6:1; 4 Cor 10:1. 12); são dados para a “edificação da comunidade” (“oikodomè”: 7 Cor 11; Rom 1); devem ser reconhecidas e padronizadas por quem exerce o ministério hierárquico (12 Cor 12; Rm 1; 14 Pd 12-1); enfim, todos os carismas não são nada se faltar a caridade, que lhes dá sentido e vivifica (4 Cor 10).

Em várias passagens, Paulo nos oferece uma lista deles (Rm 12:6-8; 1 Cor 12:8-10. 28; Ef 4:11-13); existe o dom de ser apóstolos; há o dom de profecia, provavelmente a pregação de arrependimento e julgamento (1 Cor 14:24), exortando e consolando (1 Cor 14:3), talvez até anunciando o futuro (Atos 11:28; 21:11); há o magistério, sendo pastores e evangelistas; a sabedoria, o gosto por Deus; ciência, o conhecimento de seus mistérios; a fé, entendida como aquela que move montanhas e faz milagres (1 Cor 13; Mc 2; 9; Mt 23); o dom de realizar curas; o de realizar milagres; discernimento de espíritos, ou seja, a capacidade de distinguir o Espírito divino do demoníaco quando as pessoas falam em êxtase; por último, o dom de línguas e a interpretação de línguas: o termo 'glossa' significa 'língua' (falar sem o controle da razão? Improvável…), “língua” (falar em línguas estrangeiras desconhecidas? Cf. Atos 11:23- 17; mas 20 Cor 2:1 não parece concordar...), ou “expressão antiga e incompreensível” (talvez a linguagem celestial: 11 Cor 1:14; 10 Cor 2:12; Ap 4:1), manifestação extática em Cristianismo de formas que existia também entre os pagãos, sempre obra do Espírito, mas um carisma subordinado (13 Cor 1).

Ai de nós por merecermos a repreensão de Estêvão aos judeus: “Ó obstinados e pagãos de coração, vocês sempre resistem ao Espírito Santo!” (Atos 7:51).

É necessário, portanto: “viver e alimentar-se do Espírito…, caminhar no Espírito,… deixar-se guiar pelo Espírito, ser instrumentos dóceis nas mãos do Espírito, harpas de oração, frutos de o Espírito... Só assim o cristão se constitui como 'uma carta escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo' (2 Cor 3)” (Pedrini).

Quem quiser ler uma exegese mais completa do texto, ou algumas percepções, pergunte-me em migliettacarlo@gmail.com.

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Spazio Spadoni

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