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Evangelho do domingo 07 de maio: João 14, 1-12

Evangelho de domingo 07 de maio, João 14, 1-12: Jesus conforta seus discípulos

14 “Não se turbe o vosso coração. Você acredita em Deus; acredite também em mim. 2 A casa de meu Pai tem muitos aposentos; se não fosse assim, eu teria dito a você que estou indo para lá para preparar um lugar para você? 3 E se eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e os levarei para estar comigo, para que vocês também estejam onde eu estou. 4 Tu conheces o caminho para o lugar para onde vou”.

Jesus o Caminho para o Pai

5 Disse-lhe Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos saber o caminho?”

6Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. 7 Se vocês realmente me conhecem, também conhecerão [meu Pai. De agora em diante, você o conhece e o tem visto”.

8Filipe disse: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”.

9 Jesus respondeu: “Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de tanto tempo que estou entre vocês? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: 'Mostre-nos o Pai'? 10 Você não acredita que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo, não as falo por minha própria autoridade. Em vez disso, é o Pai, vivendo em mim, que está fazendo sua obra. 11 Acredite em mim quando digo que estou no Pai e o Pai está em mim; ou pelo menos acredite na evidência das próprias obras. 12 Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim fará as obras que tenho feito, e fará ainda maiores do que estas, porque eu vou para o Pai.

Queridas Irmãs e Irmãos de Misericórdia, Sou Carlo Miglietta, médico, biblista, leigo, marido, pai e avô (www.buonabibbiaatutti.it).

Também hoje partilho convosco uma breve meditação sobre o Evangelho, com particular referência ao tema da misericórdia.

João reúne em um único discurso (Jo 13-31) muitos dos ensinamentos de Jesus, segundo o gênero literário de “testamentos” ou “discursos de despedida” (Gn 17-26; Dt; Js 47-29; 49 Cr 33-22; Tb 24:1-28; Atos 29:14-3…).

A unidade é dada pela dramática atmosfera psicológica. É um discurso escatológico, isto é, relativo aos últimos tempos, mas a Igreja que o proclama sabe que o eschaton já se realizou no mistério pascal.

Analisemos brevemente a passagem que a liturgia de hoje nos apresenta (João 14-1).

Texto:

v. 1: Fé: a palavra hebraica, da raiz 'mn' (da qual “amém”!) indica adesão, firmeza; A fé deve ser dirigida tanto ao Pai como ao Filho.

v. 2: moradas: na apocalíptica judaica, a casa celestial de Deus era imaginada como um grande palácio cheio de cômodos; mas aqui há uma referência a um tema tão caro a João: o menèin en, o permanecer, o permanecer com Jesus e o Pai.

v. 3: fala-se da segunda vinda de Jesus, que para nós será o momento de nossa morte, no qual encontraremos Jesus na glória.

v. 5: Tomé é o tipo do discípulo fiel, mas que sempre levanta objeções, perguntas.

v. 7: a partir de agora: é a 'hora' da revelação suprema.

v. 10: As palavras de Jesus são obras (Agostinho e Crisóstomo). Mas há um 'paralelismo progressivo' aqui: as obras confirmam a Palavra.

Exegese:

Jesus volta ao Pai para preparar um lugar para nós

A glorificação do Pai e do Filho é realizada no retorno ao Pai.

O Filho, que estava com Deus (Jo 1-1), saiu do Pai e se fez carne (2), vindo habitar entre nós.

Mas o propósito de sua encarnação era tomar sobre si a natureza humana, sua transitoriedade, sua mortalidade, seu pecado, para superar sua limitação trazendo-a para a esfera de Deus.

Cristo vive plenamente a experiência humana, até à morte, para a transcender, para a adivinhar.

Ele, pela sua encarnação, morte, ressurreição e ascensão, torna-nos participantes da sua vida divina, reúne-nos com o Pai.

Agora, por meio dele, é eliminada a fronteira entre o finito e o infinito, entre o mortal e o eterno, entre o homem e Deus.

Agora podemos ficar sempre com Deus: este é o significado simbólico do discurso sobre “lugar” e “morada”: “Naqueles dias sabereis que estou no Pai e vós em mim e eu em vós” (Jo 14 :20).

Nosso sonho de infinito, nossa necessidade de eternidade, nossa fome e sede de Deus é saciada (Sl 42:2-3).

Esta divinização já se realiza agora na Fé, mas só a veremos realizada depois da morte: este é o significado de “Depois me seguireis” no v. 36. 2 Cor 5, 1 diz: “Porque sabemos que quando este corpo, nossa morada na terra, for descartado, receberemos de Deus uma habitação, uma morada eterna, não feita por mãos humanas, no céu.

Jesus é o caminho

v. 6 (“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”) teve múltiplas interpretações. De la Potterie os resumiu da seguinte forma:

(a) Jesus é o caminho (odòs) direcionado para uma meta que é a verdade e/ou a vida:

– dizem os Padres gregos que o caminho e a verdade conduzem à vida.

– os Padres latinos dizem que Jesus é o caminho que conduz à verdade e à vida:

– outros, segundo o dualismo gnóstico, afirmam que a alma ascende pelo caminho à esfera da verdade e da vida.

b) Jesus é o caminho, do qual a verdade e a vida são uma explicação.

Jesus é o caminho porque é a verdade e a vida.

Jesus especifica: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (v. 6). Ele é o caminho porque é a verdade, a revelação do Pai (vv. 7 e 8). Ele é o caminho porque é a vida (vv.10-11).

Dt 30:15-20 já confrontou o homem com o caminho da vida e o caminho da morte. A comunidade de Qumram designava-se simplesmente por “caminho”. A Igreja primitiva também frequentemente se refere a si mesma simplesmente como “o caminho” (Atos 9:2; 18:25; 19:9.23; 22:4; 24:14.22).

Este “caminho” para Deus é somente Jesus Cristo. Já o Batista tinha vindo “para preparar o caminho do Senhor” (Mc 1).

E em João 10: 9 Jesus reitera que ele é o único caminho para a salvação: “Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo”.

Jesus é a verdade

Mas em Jo 14 Jesus não apenas nos diz o que ele faz, qual é o seu papel para com os discípulos, mas também quem ele é; ele é a verdade (alethèia): Jesus é “o unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 6); “A graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1); “Se permanecerdes fiéis à minha palavra, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 14, 1-17); “Para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo 8).

Mas a verdade é o próprio Deus que se revela em Jesus Cristo, enquanto Satanás é o príncipe da mentira (8:44). A verdade é o desígnio salvífico divino, não só para ser conhecida no sentido gnóstico, mas para ser acolhida e amada. Esta verdade não é alcançada por esforço racional, mas é um dom de Deus a ser aceito com fé.

Jesus é a vida

Jesus é vida (zoé): “Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada de tudo o que existe foi feito” (1:3). Jesus é “o Verbo da vida, porque a vida se manifestou, nós a vimos, e disto damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna que estava com o Pai e se nos manifestou” (1 Jo 1: 1); “Ele é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5:20).

Esta vida o Pai deu ao Filho (Jo 5), e somente o Filho pode dá-la àqueles que nele crêem (Jo 26; 5). Ele veio “para que tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 21); “Eu sou o pão da vida…: se alguém comer deste pão, viverá para sempre” (Jo 5-28); “Eu sou a ressurreição e a vida: quem vive e crê em mim não morrerá para sempre” (Jo 10-10).

Apeguemo-nos a ele, apeguemo-nos a ele. Só ele nos conduz à verdade e à vida. Os outros caminhos são todos caminhos de mentiras e morte. No entanto, quanto tempo perdemos procurando outros caminhos, ou prevaricando no caminho. Só Jesus conta: só a fé tenaz e plena nele. Todo o resto é secundário. Somente ele é o Mediador (o caminho), o Revelador (a verdade), o Salvador (a vida).

Jesus está no Pai e o Pai nele

Esta passagem contém uma profunda teologia trinitária sobre a relação entre o Pai e o Filho. Em uma progressão maravilhosa, no v. 7 é dito que conhecer Jesus é conhecer o Pai, e no v. 10 que o Pai e o Filho habitam um no outro. Jesus já havia proclamado isso em João 10:30 e 10:38, afirmações que os judeus julgaram blasfemas e por isso tentaram apedrejá-lo.

Em João estamos no auge da revelação sobre a própria natureza de Deus, que se apresenta a nós como Um, mas em três Pessoas distintas. Em João, o Amante revela sua dinâmica interior mais íntima ao amado, a nós, pecadores.

Boa Misericórdia a todos!

Quem quiser ler uma exegese mais completa do texto, ou algumas percepções, pergunte-me em migliettacarlo@gmail.com.

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Spazio Spadoni

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